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‎Sindicato exige esclarecimentos sobre detenção de jornalistas em Angola

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LUANDA (O SECRETO) – O Sindicato de Jornalistas Angolanos, SJA, está a acompanhar de perto os casos dos jornalistas Emiliano Carlos Tomé, ainda sob custódia, e Alfredo Bumba, recentemente libertado após uma curta detenção, a informação foi avançada por Pedro Miguel, secretário-geral do sindicato, durante uma entrevista ao programa A Voz do Jornalista.

‎Para Pedro Miguel, Alfredo Bumba foi libertado 48 horas após a detenção, mas enfrentou condições degradantes enquanto esteve privado de liberdade. “Dormiu no chão, sem condições básicas, como acontece em muitas detenções arbitrárias”, relatou. O sindicalista salientou, no entanto, que Bumba poderá ser chamado a responder novamente perante a justiça, caso surjam novos elementos no processo.

‎A situação de Emiliano Tomé, por outro lado, levanta preocupações mais graves, o jornalista permanece detido, agora sob custódia do DNIAP (Direção Nacional de Investigação e Ação Penal), e ainda não é claro se as acusações que enfrenta estão relacionadas com o exercício da sua profissão ou com ações de âmbito pessoal.

 “A nossa inquietação é saber por que motivo um jornalista foi parar ao DNIAP, estamos a tentar perceber se a sua detenção decorre do seu trabalho como jornalista ou de alguma ação enquanto cidadão”, afirmou Pedro Miguel.

‎Inicialmente, o sindicato procurou informações junto ao Serviço de Investigação Criminal, SIC, sem sucesso. “Fomos ao SIC, mas não nos deram dados concretos sobre o local da detenção. Só mais tarde conseguimos saber onde estava e obter o número do processo”, explicou.

‎O SJA está a atuar em colaboração com a Probono Angola e a organização MISSA Angola, no âmbito de um acordo tripartido para a defesa da liberdade de imprensa. Um advogado já foi destacado para acompanhar o caso de Emiliano Tomé.

‎“Estamos a fazer tudo o que está ao nosso alcance. os nossos advogados estão a trabalhar para apurar a legalidade da detenção e garantir que os direitos dos colegas estejam salvaguardados”, garantiu o secretário-geral.

‎O Sindicato reiterou ainda que continuará a bater às portas das instituições competentes até que todos os contornos do caso sejam esclarecidos. “Não vamos descansar enquanto não soubermos exatamente o que se passa e que tipo de apoio os nossos colegas necessitam”, concluiu Pedro Miguel.

‎No entanto, O caso reacende o debate sobre os limites à liberdade de imprensa em Angola e reforça a necessidade de garantir maior proteção aos profissionais da comunicação social.

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