SÃO PAULO (O SECRETO) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira, 25 de Agosto, que deseja se reunir com o líder norte-coreano Kim Jong-un ainda este ano, a declaração foi feita durante sua primeira reunião oficial com o novo presidente da Coreia do Sul, Lee Ja-in Myeong, na Casa Branca, marcada por um clima tenso e cobrança por mais compromissos econômicos e militares de Seul.
Em reunião com presidente sul-coreano, líder dos EUA sinaliza retomada do diálogo com Coreia do Norte e pressiona por mais investimentos
“Gostaria de me encontrar com ele neste ano”, disse Trump a jornalistas no Salão Oval. “Estou ansioso para conversar com Kim Jong-un em um momento apropriado.”
Tensão velada no encontro com sul-coreano
Antes da reunião, Trump usou as redes sociais para criticar a Coreia do Sul, alegando que o país “se aproveita da proteção militar americana”. No entanto, durante o encontro, adotou um tom mais cordial. Lee, por sua vez, buscou minimizar os atritos e incentivou Trump a retomar o diálogo com Pyongyang. “Espero que você possa trazer paz à península coreana”, declarou.
Lee chegou a dizer que leu o livro “A Arte da Negociação”, escrito por Trump em 1987, como preparação para a conversa, e mencionou em tom bem-humorado a possibilidade de Trump construir um resort na Coreia do Norte. “Assim poderei jogar golfe lá e você pode desempenhar um papel histórico como pacificador.”
Apesar do tom descontraído, os temas discutidos foram sensíveis: defesa nuclear, aliança militar e comércio bilateral. O presidente sul-coreano também elogiou a decoração da Casa Branca e os esforços americanos para a estabilidade na região.
Coreia do Norte aumenta tensão com testes militares
Enquanto Trump falava em diplomacia, o regime de Kim Jong-un demonstrava o contrário. No fim de semana anterior ao encontro, o líder norte-coreano supervisionou testes de novos sistemas de defesa aérea, ignorando os pedidos de retomada do diálogo direto feitos por Washington desde a posse de Trump, em janeiro.
Kim também prometeu acelerar o programa nuclear da Coreia do Norte e condenou os exercícios militares conjuntos entre EUA e Coreia do Sul, considerados provocação por Pyongyang.
Aliança sob revisão
A reunião também teve forte conteúdo econômico. Apesar de um acordo comercial firmado em julho ter evitado tarifas pesadas sobre produtos sul-coreanos, Trump voltou a pressionar por mudanças no pacto, que envolve cerca de US$ 350 bilhões em investimentos sul-coreanos nos Estados Unidos.
Além do comércio, Trump também exige que Seul amplie sua contribuição nos custos da aliança militar, que inclui a presença de cerca de 28 mil soldados americanos na península. A Coreia do Sul, que depende da proteção nuclear dos EUA, tenta manter o equilíbrio diante das exigências americanas e da ameaça constante do vizinho do Norte.