LUANDA (O SECRETO) — O que levamos aos representantes do povo é a situação social do povo, em que notamos uma preocupação séria, que se vive nas comunidades, o povo tem fome”, disse Alberto Lunama, nesta terça feira, 26 de Agosto, em audiência pelo terceiro vice presidente da Assembléia Nacional.
Para o presidente da ALCOPA, Acção para a Luta Contra a Pobreza em Angola, a visita teve como objectivo principal alertar os deputados para a realidade vivida nas comunidades, especialmente após os episódios registados nos dias 28, 29 e 30 de julho último, em Luanda e no interior do país, Alberto, denunciou ainda que, o cenário de fome que assola milhares de famílias e apelou por um processo eleitoral justo e livre de manipulações em 2027.
A ALCOPA aponta a fome como uma das principais causas de instabilidade e manifestações sociais, mas alerta também para a presença de “forças externas” que estariam a aproveitar-se da situação de vulnerabilidade da população. “Há inimigos do povo que usam essas dificuldades para criar caos e tirar proveito”, denunciou.
Durante a audiência, Lunama abordou ainda o que chamou de “pobreza espiritual”, que, segundo ele, agrava a situação mental e social do povo angolano. “A pobreza espiritual surge quando as pessoas se afastam de Deus. Isso influencia também a pobreza mental, e juntas tornam o povo mais fraco e manipulável”, explicou.
O líder da ONG ALCOPA, o combate à pobreza em Angola deve ir além das ações assistencialistas e envolver também uma mudança de valores e de mentalidade. “Devemos colocar Deus em primeiro lugar. Só com uma transformação espiritual e mental poderemos enfrentar a pobreza material”, defendeu.
A paz, segundo Lunama, continua a ser a maior conquista do país e precisa ser preservada a todo custo. “A paz não veio de partidos, veio da graça de Deus e do sangue dos angolanos. É a base sobre a qual devemos construir o futuro”, declarou.
Em relação às eleições gerais previstas para 2027, o presidente da ALCOPA apelou por um processo democrático transparente e participativo. “Queremos eleições livres, sem manipulação nem intimidação. Que os angolanos possam escolher em liberdade e que o país se torne uma referência no continente africano”, disse.
A audiência da ALCOPA ocorre num momento de crescente preocupação social, com dados não oficiais a apontarem para o aumento da fome, do desemprego e da pobreza em várias províncias do país.