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A Juventude vai mudar Angola afirma Albino Pakissi

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LUANDA (O SECRETO) – O filósofo e analista político Albino Pakissi lançou duras críticas ao estado da governação em Angola, mas, em contrapartida, destacou com firmeza o papel da juventude como pilar da transformação social, económica e política do país. Durante um encontro com centenas de jovens, Pakissi partilhou uma visão de esperança baseada na capacitação e na consciência cívica da nova geração.

“Eu acreditei nisso. O que nós dissemos aqui é uma palavra de esperança. Os jovens podem capacitar-se e sair da condição em que estão”, afirmou, destacando a participação activa de mais de 300 jovens no evento.

Para o pensador, Angola vive um momento delicado, marcado por uma má governação, corrupção sistémica e concentração de riqueza nas mãos de poucos. Contudo, segundo Pakissi, é justamente neste cenário que a juventude pode e deve assumir o protagonismo da mudança.

“A riqueza de Angola é de todos. Mas, para que ela seja partilhada de forma justa, os jovens têm de se formar, conhecer as leis e exercer pressão sobre os que governam. O futuro não virá de cima, virá da base.”

Pakissi rejeitou a rotulagem da juventude segundo filiações partidárias – seja ela “guardista”, “lorencista”, “da UNITA” ou “do MPLA” – e defendeu a construção de uma identidade comum: a juventude angolana.

“Temos que deixar de dividir a juventude por partidos. A juventude é uma só e deve lutar por Angola, não por interesses de grupos.”

Num dos momentos mais marcantes do seu discurso, o analista chamou a atenção para a importância da juventude nas eleições futuras, sublinhando a necessidade de uma Comissão Nacional Eleitoral independente e de eleições verdadeiramente justas.

“Se a juventude não se formar, não conhecer as leis, não fiscalizar os processos, o partido no poder continuará a agir com impunidade. A juventude tem de ser a linha de frente contra a fraude e o abuso de poder.”

O filósofo também criticou o clima de insegurança institucional que leva muitos jovens a procurar oportunidades fora do país, alertando para os efeitos da nova lei que restringe a emissão de passaportes. Para Pakissi, esse movimento é compreensível, mas deve ser encarado como uma fase transitória.

“Quem quiser sair para estudar ou trabalhar que saia, mas que leve consigo o amor à pátria. O nosso desejo é que regressem com conhecimento e ajudem Angola a crescer.”

Já em relação à polémica envolvendo a ministra da Educação, acusada de não responder com clareza sobre a situação de milhares de jovens sem acesso à escola nem ao emprego o chamado “exército do limbo”, Pakissi foi contundente:

“A ministra esteve mal. Governar é servir. Um ministro é um servidor do povo. Deve responder com clareza e respeito. Essa arrogância institucional tem de acabar.”

Com palavras duras, mas carregadas de esperança, Albino Pakissi deixou clara a sua aposta, “a juventude será a chave para virar a página da história angolana”.

“Eu saio daqui animado. Esta juventude vai trabalhar, vai lutar e vai construir um novo país. Um país onde o povo, e não os dirigentes, será soberano.”

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