A cimeira União Africana, União Europeia, realizada recentemente em Luanda, voltou a colocar no centro do debate a exigência africana por justiça histórica, os líderes africanos defenderam que os crimes cometidos durante a era colonial sejam formalmente reconhecidos, criminalizados e reparados, um processo que contará com o apoio institucional da União Africana, UA.
A união africana, classificou oficialmente a colonização como crime contra a humanidade, abrindo espaço político e jurídico para reivindicações mais assertivas, o especialistas citados na reunião, o colonialismo não só impôs dominação política e cultural, como também saqueou vastas quantidades de recursos naturais, incluindo ouro, diamantes e borracha, deixando um rasto de empobrecimento estrutural e perdas económicas avaliadas em trilhões de dólares.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Argélia, Ahmed Attaf, foi um dos que mais endureceu o tom, sublinhando que as restituições “não devem ser encaradas como presente ou favor”, mas como um direito histórico que os povos africanos têm o dever de reivindicar.
Além da compensação financeira, o debate sobre reparações inclui a devolução de patrimónios culturais saqueados. Um dos símbolos dessa luta é o canhão Baba Merzoug, peça argelina do século XVI que permanece em solo francês e cuja restituição é apontada pelos líderes africanos como gesto essencial de reconhecimento e reparação.
A posição foi reforçada na cimeira de Luanda, em que a exigência africana por justiça histórica, deve ganhar novo fôlego nas negociações com a União Europeia, abrindo caminho para um diálogo mais directo sobre memória, responsabilidade e reparação.




