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‎Autoridades desmantelam rede de exploração sexual e detêm 68 estrangeiros na Cidade da China

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A operação realizada pelas autoridades angolanas no interior do Hotel Bay Day, na chamada “Cidade da China”, expôs uma rede criminosa transnacional envolvida em práticas de lenocínio, exploração sexual de menores, cárcere privado, uso de estupefacientes e violação das leis migratórias, numa acção culminou com a detenção de 68 cidadãos asiáticos, entre homens e mulheres, de nacionalidades chinesa e vietnamita, suspeitos de integrarem uma estrutura organizada de apoio à prostituição e tráfico de pessoas.

Acção da polícia foi desencadeada com base em informações recolhidas ao longo de semanas de monitoramento e vigilância discreta, conduzidas por equipas conjuntas do Serviço de Investigação Criminal (SIC), Ministério Público e o Serviço de Migração e Estrangeiros (SME), diz a fonte próxima à investigação.

Durante as buscas no hotel, onde muitos dos suspeitos se encontravam alojados ou a operar, as autoridades encontraram adolescentes e jovens em situação vulnerável, algumas delas alegadamente coagidas a permanecer no local, sem acesso livre ao exterior. “Estamos a lidar com casos que envolvem violação de direitos fundamentais, incluindo liberdade de circulação e dignidade humana”, sublinhou uma fonte ligada à operação.

Além das detenções, foram apreendidos 52 passaportes pertencentes a cidadãos estrangeiros, alguns sob posse de terceiros, o que levanta suspeitas de confisco de documentos como forma de coerção. Foram também encontrados quatro cartões de residência em situação irregular, evidenciando o abuso das vias legais de permanência no país.

Em declarações à imprensa, Manuel Halaiwa, porta-voz do SIC, destacou a gravidade do caso, “esta operação expôs um esquema criminoso bem estruturado, que incluía aliciamento de menores e utilização de espaços hoteleiros como centros de exploração sexual, além disso, foram encontrados indícios do consumo e tráfico de drogas”, afirmou.

Por outro lado, o SIC garantiu que as vítimas identificadas durante a operação, especialmente as menores de idade, estão a receber apoio psicossocial e acompanhamento das entidades competentes, como o Instituto Nacional da Criança (INAC) e serviços de saúde mental.

“Estamos a tratar estas jovens como vítimas de tráfico humano e exploração sexual, e não apenas como testemunhas. O Estado tem a responsabilidade de garantir que recebam proteção e justiça”, acrescentou a porta-voz.

Processo judicial em andamento

Os detidos serão presentes ao Ministério Público nos próximos dias, onde serão formalmente acusados e, caso haja elementos suficientes, encaminhados ao juiz de garantia para as medidas de coação adequadas. As acusações podem incluir formação de quadrilha, tráfico de pessoas, abuso de menores, violação de leis migratórias e posse ilegal de estupefacientes.

As autoridades destacam que esta operação é apenas o início de um esforço mais amplo. “Esta ação é parte de uma estratégia contínua de combate à criminalidade organizada, com foco em redes transnacionais que operam à margem da lei, explorando a vulnerabilidade de jovens e migrantes”, reforçou o SIC.

Apelo à denúncia e vigilância da sociedade

As autoridades apelam à população para que continue a colaborar com os órgãos de justiça e segurança, denunciando situações suspeitas de tráfico humano, exploração sexual ou imigração ilegal. O envolvimento da sociedade civil é considerado essencial para o reforço da segurança pública e a proteção dos direitos humanos no país.

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