O Conselho Nacional da Juventude (CNJ) dará o pontapé inicial ao Ano Agrícola Juvenil no sábado, 26 de julho, durante cerimônia que será realizada na comuna do Kicabo, município do Dande, província do Bengo, a ocasião vai marcar também a inauguração da primeira Cidade Agropecuária da Juventude, um projecto piloto voltado para promover o protagonismo dos jovens no setor rural.
Com base no compromisso assumido pelo CNJ de criar 100 mil empregos directos para jovens até 2025, o programa prevê a edificação de 60 residências por cooperativa, com capacidade para acomodar cerca de 10 jovens por unidade, gerando 600 novos postos de trabalho neste polo principal do Bengo .
Para além de incentivar a agricultura familiar, o projecto contará com infraestrutura técnica, formação e acesso facilitado a insumos, para transformar o espaço numa referência de empreendedorismo rural juvenil.
A juventude e agricultura
O envolvimento dos jovens no agro angolano tem crescido., dados do Ministério da Agricultura indicam que 55 mil jovens participam atualmente das Escolas de Campo Agrícolas (ECAS), apoiadas pela FAO, representando cerca de 34% dos beneficiários dessas formações em todo o país .
No contexto nacional, o setor agrícola é responsável por 46,3% dos empregos no terceiro trimestre de 2024, com a taxa de emprego rural (63 %) superando a urbana . Contudo, os jovens (15–24 anos) apresentaram taxa de emprego de apenas 35,6%, o que reforça a necessidade de iniciativas focadas como esta do CNJ .
Por outro lado, o crescimento do sector agropecuário também se destaca: durante a campanha agrícola 2023/2024, a produção cresceu 6,6%, comparado ao período anterior, segundo o Ministério da Agricultura .
O país ainda enfrenta um elevado desemprego juvenil: 67% dos jovens procuram trabalho ativo, segundo estudo do Afrobarometer .
Ao apoiar a formalização de pequenas agroindústrias e cooperativas, o programa visa combater a precariedade e promover rendimentos mais estáveis no meio rural.
O forte protagonismo dos jovens nesse projeto reconhece sua capacidade de inovar nas cadeias produtivas, alinhando-se a práticas agroecológicas e uso de tecnologias modernas.
No entanto, a cerimônia do sábado será um marco simbólico e prático: redefinindo a relação da juventude com o campo e abrindo caminho para uma angola mais sustentável, produtiva e inclusiva.