LUANDA (O SECRETO) – No próximo sábado, 30 de Agosto, o Centro de Ciência de Luanda, CCL, acolhe a 15ª edição do projecto “Estórias no Imbondeiro”, um encontro mensal dedicado à promoção da tradição oral angolana que tem vindo a conquistar um público fiel e cada vez mais diversificado.
Desde a sua estreia, em Maio de 2024, o evento já reuniu quase 2 mil pessoas, transformando o espaço ao redor do icónico imbondeiro da antiga Fábrica de Sabão, na Marginal de Luanda, num verdadeiro ponto de encontro entre a memória ancestral e a contemporaneidade urbana.
A edição deste mês traz um programa especialmente vibrante. Os participantes terão acesso gratuito a uma selecção de contos tradicionais de várias regiões de Angola, entre eles:
A Lenda de Tshibinda Ilunga, o Caçador Tshókwe
O Leão, o Cágado e o Caçador (Umbundu)
A Onça e a Raposa
Por que é que os cães se cheiram uns aos outros
A Lenda do Sapo e da Cobra
As narrativas serão acompanhadas de provérbios em kimbundu e bakongo, introduzidos entre as histórias, como forma de preservar e transmitir os ensinamentos e valores filosóficos das comunidades angolanas.
Um dos momentos mais aguardados da sessão será a actuação do percussionista e bailarino Samuel Curti, artista com mais de 30 anos de carreira no universo da música e dança tradicional. Curti, também director do grupo Biemba Juvenil, promete transportar o público por uma viagem sonora que evoca os ritmos e a espiritualidade dos povos angolanos.
Além do conteúdo oral e musical, o evento encerra com uma sessão de videomapping projectada sobre o imbondeiro, transformando a árvore numa tela viva onde imagens e luzes narram visualmente elementos das histórias contadas – uma fusão entre a tecnologia e a tradição. Esta actividade está sujeita às condições climatéricas.
Cultura viva, acesso livre
“Estórias no Imbondeiro” tem como objectivo principal sensibilizar a população para a valorização da cultura angolana, com foco especial na juventude. A entrada é gratuita e aberta a todos, limitada apenas à capacidade do espaço.
Realizado no último sábado de cada mês, o evento tem vindo a afirmar-se como uma proposta única no panorama cultural de Luanda, unindo o saber popular à arte performativa, numa experiência colectiva de escuta, aprendizagem e pertença.
“A oralidade é uma biblioteca viva, ao recontar essas histórias, reconectamo-nos com as raízes da nossa identidade”, sublinha um dos responsáveis do CCL.
Com uma programação que junta vozes antigas e sons contemporâneos, o projecto aposta na continuidade, na partilha e no fortalecimento da herança imaterial angolana, tudo isto à sombra de um imbondeiro, símbolo de sabedoria e resistência