Reportagem especial com Joseph Marcial Capuchici, Presidente da Região FEC de Rotos Fisioterapia
LUANDA (O SECRETO) – A fisioterapia emerge como uma força vital no fortalecimento dos sistemas de saúde africanos. À frente desse movimento está Joseph Marcial Capuchici, presidente da Região FEC de Rotos Fisioterapia, que vem liderando esforços para integrar e consolidar a profissão em todo o continente. Em entrevista exclusiva ao O Secreto, Capuchici revela um cenário de crescimento promissor, mas ainda marcado por carências estruturais e desafios de formação.
Por outro lado, o responsável da área no continente, avança ainda que, a fisioterapia em África vive um momento de transição. Depois de décadas relegada ao segundo plano nas políticas públicas de saúde, começa, pouco a pouco, a ganhar reconhecimento e espaço. Entretanto, os desafios permanecem imensos. Falta infraestrutura, faltam profissionais qualificados, falta investimento, e, acima de tudo, falta uma visão governamental que compreenda o papel essencial do fisioterapeuta no bem-estar das populações africanas.
“A fisioterapia está ganhando espaço na África. Já não é mais vista como algo secundário, e sim como uma necessidade fundamental para o bem-estar da população”, afirma o dirigente, com convicção.
Nos últimos anos, vários países africanos começaram a reconhecer o valor do fisioterapeuta como parte essencial da reabilitação e da prevenção de doenças. Contudo, segundo Capuchici, a expansão da profissão ainda esbarra em falta de infraestrutura, escassez de profissionais qualificados e baixo investimento público.
“Há países com boas escolas de fisioterapia e profissionais competentes, mas também existem outros onde ainda não há centros de formação. Precisamos corrigir esse desequilíbrio para que todos os africanos tenham acesso a cuidados de qualidade”, explica.
A crescente incidência de doenças crônicas e não transmissíveis tem aumentado significativamente a procura por fisioterapeutas em todo o continente. Ainda assim, o número de profissionais disponíveis não acompanha o ritmo da demanda.
“O número de fisioterapeutas é muito inferior ao necessário. Precisamos insistir na formação de novos quadros e na educação contínua dos profissionais já atuantes. A atualização é o que garante uma prática segura e eficiente”, reforça Capuchici.
Ele destaca que o fortalecimento da fisioterapia na África depende não apenas dos governos, mas também da solidariedade entre os próprios países africanos. Para o presidente da Região FEC, é essencial que as nações mais desenvolvidas na área compartilhem conhecimento e experiência com as demais.
“Países como Nigéria e África do Sul têm avançado bastante. Trabalhamos para que eles possam apoiar os países vizinhos, criando uma rede de cooperação continental. Só assim poderemos elevar o nível da fisioterapia africana”, afirma.
Além do aspecto técnico, Capuchici enfatiza a dimensão humana e política do desenvolvimento da fisioterapia. Segundo ele, quando os líderes compreendem a importância dessa profissão, o impacto é direto na qualidade de vida da população.
“Um dirigente que entende o valor da fisioterapia fortalece todo o sistema de saúde. Se cuidamos bem da nossa reabilitação, cuidamos também do futuro do nosso povo”, resume.
A Região Africana da Rotos Fisioterapia tem atuado de forma estratégica, promovendo congressos, programas de capacitação e intercâmbios entre países. O objetivo é criar uma base sólida de profissionais capacitados, capazes de responder às necessidades crescentes da população africana.
“A nossa missão é garantir que a fisioterapia africana seja respeitada, que siga padrões de qualidade e que esteja ao alcance de todos. A saúde é um direito, e a fisioterapia é parte essencial desse direito”, conclui Capuchici.
Com uma visão de integração e progresso, Joseph Marcial Capuchici representa uma geração de profissionais determinados a transformar o panorama da saúde na África — um continente que, passo a passo, reabilita não apenas corpos, mas também esperanças.
Jornal O Secreto, Reportagem especial: A fisioterapia africana em movimento, entre desafios e conquistas.




