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Marcolino Moco Alerta para Caminho Perigoso e Pede Diálogo Nacional

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‎LUANDA ( SECRETO) – O ex-primeiro-ministro de Angola, Marcolino Moco, fez nesta semana uma intervenção contundente nas suas redes sociais, denunciando o agravamento da crise política e institucional que assola o país. Em tom crítico e preocupado, Moco afirma que o atual cenário era “uma inevitabilidade fatal”, resultado direto de escolhas feitas desde o início do atual mandato presidencial.

‎A sua análise aponta para um padrão de governação assente na perseguição seletiva aos antigos governantes, na estigmatização da oposição – e até de aliados – e no incentivo à bajulação como moeda de lealdade. Para Moco, este ambiente tóxico afastou a reflexão crítica e impediu a construção de soluções sustentáveis para os problemas do país.

‎ “Agora, a situação está como está, em que todos nós voltamos a perder. Quantas vezes o pré-dissémos?”, lamenta o político, referindo-se ao sentimento generalizado de retrocesso nacional.

‎O silêncio do Presidente da República, João Lourenço, em meio à turbulência social e política que se vive, é também motivo de inquietação para Moco. Até ao momento da sua publicação, o Chefe de Estado não havia feito qualquer declaração sobre os recentes acontecimentos que colocam em xeque a estabilidade governativa e social.

‎Moco deixa um apelo direto: que o próximo pronunciamento presidencial não se resuma a mais uma lista de culpados externos. Em vez disso, pede que haja um reconhecimento das falhas internas, especialmente no que diz respeito à não implementação do slogan tantas vezes repetido pelo Executivo: “Corrigir o que está mal e melhorar o que está bem.”s

‎Mais grave ainda é a possibilidade, levantada pelo também professor universitário Sérgio Raimundo – e relembrada por Moco – de que haja uma movimentação oculta com o objetivo de prolongar o atual mandato presidencial, ou mesmo ensaiar um terceiro mandato, fora do quadro constitucional. Em referência dramática, o ex-governante alerta para o risco de repetir-se “um segundo e mais desastroso 27 de Maio”, evocando o trágico episódio de repressão em 1977, que deixou marcas profundas na memória nacional.

‎Num tom mais esperançoso, Marcolino Moco conclui o seu apelo com uma invocação espiritual e um chamado à responsabilidade histórica da elite política:

“Que Deus ilumine o Presidente João Lourenço, para que inicie um rumo que não traga mais sacrifícios a este povo martirizado (…). Não é problema algum que o Presidente, nem que seja de forma tácita (explícita seria melhor), assuma que cometeu um erro estratégico grave.”

‎O ex-primeiro-ministro defende, por fim, um derradeiro diálogo nacional, que conduza o país a eleições livres e transparentes em 2027, restaurando a esperança sobretudo entre os jovens, para quem o futuro parece, mais uma vez, suspenso.

‎“O Presidente contará com a melhor colaboração de muitos. Eu sei”, conclui, deixando aberta a porta para uma concertação nacional.

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