LUANDA (O SECRETO) – Angola registou, entre 2017 e 2024, um volume de cerca de 84 mil milhões de dólares norte-americanos em concessões petrolíferas activas e novos contratos, afirma o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino de Azevedo.
As afirmações foram feitas em sede da 6.ª edição da Conferência Internacional Angola Oil & Gas 2025, evento que foi oficialmente aberto nesta quarta-feira, 3 de Setembro, em Luanda, pelo Presidente da República, João Lourenço.
Para o período de 2025 a 2029, o país prevê captar mais 72 mil milhões de dólares em investimentos adicionais, na sequência das reformas estruturantes implementadas desde 2017, que visam modernizar e tornar mais competitivo o ambiente legal e regulatório do sector.
“A nossa acção actual está direccionada para a mitigação do declínio da produção, com o objectivo de mantê-la acima de um milhão de barris por dia até 2027. Por isso, grande parte dos investimentos estão alocados em acções de desenvolvimento e redesenvolvimento”, frisou o ministro.
Reformas que restauraram a confiança
De acordo com Diamantino de Azevedo, as reformas estruturais no sector foram motivadas pela acentuada queda da produção registada em 2016, com declínios de até 15% ao ano, causados por um modelo de governação desajustado às novas exigências da indústria global, pela ausência de legislação moderna e por uma crescente competição internacional na captação de investimentos.
A maturidade dos campos existentes, a falta de novos leilões de concessões e a diminuição dos investimentos em exploração também contribuíram para o cenário negativo que se vivia antes da reestruturação do sector.
Contudo, com a reforma, Angola conseguiu restaurar a confiança dos investidores, aumentar a transparência e a eficiência nas operações e criar condições mais atractivas para o investimento privado. Como resultado, o país manteve todas as grandes operadoras internacionais e registrou o regresso de gigantes como a Petrobras e a Shell, além de atrair novos parceiros estratégicos como a Petronas (Malásia) e a Qatar Energy (Catar).
A presença contínua e o retorno destas multinacionais demonstram, segundo o ministro, que Angola está novamente posicionada como um player confiável no panorama energético global.
Perspectivas para os próximos anos
Com as novas metas traçadas para os próximos cinco anos, o Governo angolano aposta na estabilidade da produção petrolífera, na valorização dos recursos nacionais e na diversificação dos parceiros estratégicos para consolidar o papel de Angola como potência energética no continente africano.
No entanto, a Conferência Angola Oil & Gas 2025 prossegue com a participação de centenas de representantes da indústria, investidores, empresas de serviços, académicos e decisores políticos, num momento crucial para os desafios e oportunidades do sector em Angola e em África.