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Tecnair investe milhões na formação de quadros e reforça autonomia da aviação em Angola

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Foto do colega Tom Carlos (Forbes África Lusófuna)

Empresa angolana aposta na capacitação internacional, inaugura hangar de manutenção certificado e projeta expansão para aviões civis.

A Tecnair, empresa angolana especializada em manutenção e reparação de aeronaves, anunciou um investimento acumulado de 2 milhões de dólares norte-americanos na formação contínua dos seus quadros técnicos ao longo da última década, em que o seu o investimento faz parte de uma estratégia de fortalecimento da capacidade interna de manutenção aeronáutica, com foco na redução da dependência externa e no alargamento dos serviços prestados à aviação civil em Angola.

O anúncio foi feito nesta segunda-feira, 30 de Junho, em Luanda, pelo director-geral e fundador da empresa, Brandão Ramos, durante a inauguração do Hangar Tecnair Maintenance, a primeira Organização de Manutenção Aprovada (AMO) em Angola, certificada pela Direcção Nacional de Aviação Civil (DNAC).

“Formámos os nossos quadros em Itália, com os fabricantes dos helicópteros; em França, com os produtores de motores; e nos Estados Unidos, com os fornecedores dos equipamentos eletrónicos e de navegação, “fizemos este esforço porque queremos técnicos altamente qualificados, que falem a mesma linguagem técnica que os fabricantes”, explicou Brandão Ramos à imprensa.

“Este investimento foi feito para a formação contínua dos quadros da Tecnair”, sendo o compromisso da empresa com a excelência técnica, o responsavel da Tecnair orgulha-se de contar com um corpo técnico robusto, composto por oito engenheiros e 42 técnicos de manutenção aeronáutica (TMA) altamente qualificados.

Além da significativa aposta em capital humano, Brandão Ramos revelou que a Tecnair possui um investimento total em infraestruturas e equipamentos de grande suporte superior a 10 milhões de dólares, integralmente provenientes dos seus sócios. Apesar do vultoso investimento e da contribuição para o desenvolvimento nacional, o diretor-geral expressou uma preocupação recorrente do setor privado angolano: a falta de apoio estatal. “Nunca tivemos nenhum apoio, nem adiantamento do Estado angolano, andamos sempre no quilapi, estão sempre a nos dever”, desabafou Ramos, ressaltando os desafios enfrentados pela empresa para operar sem subsídios governamentais.

A actuação da Tecnair é vital para a operação e segurança da frota aérea angolana. A empresa é responsável pela manutenção de seis helicópteros da Força Aérea Angolana, seis da Bestfly e quatro da Sonair. Olhando para o futuro, Brandão Ramos projetou um crescimento exponencial, estimando que, até ao final de 2027, Angola contará com 47 helicópteros em operação. Para atender a essa demanda crescente e garantir a sustentabilidade do setor, a Tecnair continuará a desempenhar um papel crucial na formação de jovens recém-licenciados em engenharia. “Normalmente, estes jovens concluem o ensino médio com pouca experiência, que são as capacidades técnicas, e vamos formá-los para garantir a continuidade”, assegurou o proprietário, evidenciando o compromisso social da empresa em qualificar a mão de obra nacional.

O próximo capítulo na história da Tecnair é a expansão estratégica para a manutenção de aviões de asas fixas da aviação civil no país, uma transição natural e ambiciosa possibilitada pela inauguração da sua nova AMO.

Para o Ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, presente no evento, destacou a imperactividade de Angola desenvolver uma capacidade interna robusta para a manutenção e assistência aeronáutica. “Podemos falar de aviões e helicópteros, mas precisamos de ter capacidade de garantir a manutenção e a assistência destes equipamentos em território nacional”, afirmou o ministro.

Ressalta ainda que, a autonomia na manutenção não só impulsionará a capacidade operacional e de resposta, mas também gerará uma significativa redução nos custos das atividades aeronáuticas em Angola, alinhando o país com as melhores práticas internacionais.

Com a consolidação deste empreendimento, os onerosos custos de transporte de equipamentos para manutenção no exterior serão drasticamente reduzidos. “Esta é a parte que mais nos orgulha, é feito em Angola, com técnicos angolanos.

No entanto, foram criados empregos e novas carreiras de profissionais aeronáuticos”, celebrou o ministro, enfatizando o impacto positivo na geração de emprego e no desenvolvimento de novas qualificações profissionais no sector.

 

 

 

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