BISSAU (O SECRETO) – A Missão de Observação Eleitoral da União Africana, UA, em coordenação com a CEDEAO e o Fórum dos Anciãos da África Ocidental, condenou de forma veemente o golpe de Estado anunciado pelas forças armadas da Guiné-Bissau.
A acção militar ocorreu enquanto o país aguardava a divulgação dos resultados das eleições presidenciais e legislativas realizadas em 23 de novembro, consideradas pacíficas e bem organizadas pelos observadores internacionais.
Em comunicado conjunto, os Chefes das Missões expressaram “profunda preocupação” e lamentaram que “uma tentativa flagrante de perturbar o processo democrático” tenha surgido num momento em que os dois principais candidatos presidenciais já haviam assegurado que respeitariam a vontade popular.
Para os observadores, o escrutínio decorreu de forma “ordeira e pacífica”, demonstrando o amadurecimento cívico do eleitorado e o profissionalismo das autoridades eleitorais.
As organizações africanas apelaram às forças armadas para que libertem, de imediato, todos os dirigentes detidos, incluindo membros da comissão eleitoral, permitindo assim a conclusão do processo democrático interrompido. Ao mesmo tempo, instaram a União Africana e a CEDEAO a “tomar as medidas necessárias para restaurar a ordem constitucional” no país.
O comunicado também dirigiu uma mensagem à população guineense, pedindo calma e contenção durante este período de instabilidade. As entidades reafirmaram ainda o compromisso de apoiar a Guiné-Bissau na defesa da paz, da estabilidade e do bem-estar coletivo.
A declaração foi assinada por Filipe Jacinto Nyusi, Chefe da Missão da UA e antigo Presidente de Moçambique; Issifu Baba Braimah Kamara, Chefe da Missão da CEDEAO; e Goodluck Jonathan, líder do Fórum dos Anciãos da África Ocidental e ex-Presidente da Nigéria.




