Dormir menos de seis horas por noite pode não ser apenas um mau hábito, mas um risco real à saúde e à longevidade, é o que revela um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Warwick, no Reino Unido, em parceria com a Universidade de Medicina Federico II, em Nápoles, Itália.
Para os cientistas, pessoas que mantêm esse padrão de sono têm maior probabilidade de morrer ao longo de um período de 25 anos, em comparação àquelas que dormem entre sete e oito horas por noite.
A pesquisa faz um alerta claro: a privação crônica de sono está diretamente associada a um aumento significativo no risco de morte prematura, especialmente entre pessoas com condições pré-existentes, como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e histórico de AVC.
Além da quantidade, a qualidade do sono também desempenha um papel fundamental na saúde, a chamada “fragmentação do sono” quando o repouso é interrompido várias vezes durante a noite pode comprometer os ciclos do sono profundo, impactando negativamente o funcionamento do organismo, a longo prazo, isso pode reduzir a expectativa de vida.
Os prejuízos da falta de sono adequado vão muito além do cansaço matinal, dormir pouco está associado ao aumento do risco de obesidade, diabetes tipo 2, pressão alta, doenças cardíacas, alterações no sistema imunológico e até mesmo problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão.
Dados apontam que pessoas que dormem apenas cinco horas ou menos por noite podem aumentar em até 15% o risco de mortalidade, é, ao contrário do que muitos pensam, essa privação não é um sinal de produtividade ou dedicação muito pelo contrário.
“Você provavelmente já ouviu líderes políticos e empresários se vangloriarem por dormir pouco. Isso não é uma virtude”, afirma Matthew Walker, professor de neurociência e psicologia na Universidade de Berkeley (EUA) e autor do livro Por Que Dormimos, para ele, a glorificação da privação de sono é prejudicial e precisa ser revista. “quanto menos você dorme, mais curta será a sua vida”, alerta Walker.
A recomendação geral dos especialistas é clara: para uma saúde ideal, adultos devem dormir entre sete e oito horas por noite. Investir em um sono regular, de qualidade e em quantidade suficiente pode ser tão vital quanto manter uma alimentação saudável ou praticar exercícios físicos.
No entanto, dormir bem, não deve ser visto como um luxo, mas como uma necessidade essencial para o bem-estar físico e mental e, principalmente, para viver mais e melhor.
