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Moçambique intensifica acções para travar violência sexual infantil

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MAPUTO (O SECRETO) – No âmbito do Dia Mundial para a Prevenção e Cura da Exploração, Abuso e Violência Sexual Infantil, assinalado a 18 de Novembro, o Unicef e o Governo Moçambicano reforçam o apelo à protecção das crianças em todo o país. Os dados continuam preocupantes: 14,3% das meninas e 8,4% dos rapazes sofreram violência sexual antes dos 18 anos, segundo o inquérito nacional de 2019.

A crescente exposição de crianças a situações de risco — agravada por conflitos armados, deslocação forçada e desastres naturais — tem impulsionado acções mais robustas de prevenção. Em Maputo, o especialista de protecção do Unicef, Gerson Nobora, explicou que a estratégia passa por fortalecer a resposta comunitária. Entre as iniciativas estão a capacitação de comités de protecção da criança e o envolvimento de líderes comunitários, religiosos, influenciadores digitais e jovens defensores dos direitos da criança.

Nobora sublinha que a prevenção é fundamental para evitar danos físicos, emocionais e sociais de longo prazo. “A violência sexual deixa traumas profundos. Prevenir significa também reduzir riscos de infecções, gravidezes precoces e abandono escolar, factores que limitam o desenvolvimento e o futuro da criança”, destacou.

A ONU recorda que a Agenda 2030, através do ODS 16.2, estabelece a eliminação de todas as formas de violência contra crianças como prioridade global. Entre as práticas a combater estão o casamento infantil e ritos tradicionais que incentivam o início precoce da vida sexual, ainda presentes em algumas comunidades moçambicanas.

Com o apoio do Unicef, o Governo moçambicano tem investido no fortalecimento dos sistemas de protecção infantil, na criação de uma plataforma nacional de gestão de casos e na adaptação do sistema de justiça para garantir atendimento sensível e adequado às crianças vítimas de violência.

A mensagem central deste 18 de Novembro reforça que prevenir, responsabilizar e dar voz às vítimas são passos determinantes para quebrar ciclos de abuso. E, em Moçambique, a mobilização conjunta entre instituições, comunidades e famílias continua essencial para assegurar que todas as crianças cresçam em segurança e com dignidade.

 

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