Há mais de dois anos, os moradores de uma urbanização Orquídeas de Viana, localizado no Zango I, com aproximadamente 400 moradias, travam uma batalha burocrática e técnica com a Empresa Nacional de Distribuição de Energia, ENDE, para garantir o fornecimento de energia elétrica na região.
A situação, que se arrasta desde meados de 2022, envolvendo a instalação de um Posto de Transformação (PT) e a resistência de um cidadão que comercializa energia de forma privada, supostamente associado a elementos da ENDE.
De acordo com relatos dos moradores, a ENDE exigiu que a comunidade arcasse com os custos para a instalação do PT, incluindo a compra do equipamento e dos materiais necessários. Apesar das dificuldades financeiras, os residentes se uniram e arrecadaram 100 mil kwanzas por família em uma primeira fase, conseguindo adquirir e instalar o PT com o aval e fiscalização da própria ENDE.
No entanto, mesmo com o equipamento instalado, a empresa ainda não realizou a ligação definitiva da energia, deixando os moradores em um “braço de ferro” que se estende até hoje.
Enquanto aguardam uma solução definitiva, muitos moradores recorrem a alternativas precárias, como o uso de geradores a combustível, que geram custos elevados com manutenção e abastecimento. Outros, cansados da situação, aderiram ao serviço de energia privada oferecido por um cidadão identificado como Tadeu Alexandre, que inicialmente cobrava 300 mil kwanzas por contrato, mas reduziu o valor para 250 mil kwanzas devido à baixa adesão.
A situação gerou desconfiança entre os moradores, já que Tadeu, que antes alegava não ter condições de ajudar na compra do PT, surgiu repentinamente com um PT privado e realizou as ligações de forma rápida. Além disso, há denúncias de que ele estaria associado a pessoas ligadas à ENDE, o que estaria dificultando o processo de regularização da energia na comunidade.
Os moradores já enviaram diversos documentos e solicitações à ENDE e ao Ministério da Energia e Água, que emitiu um parecer favorável à regularização. No entanto, a ENDE ainda não deu andamento ao processo, o que tem causado frustração e insegurança na comunidade. A falta de iluminação pública e a ausência de energia elétrica nas residências têm contribuído para o aumento de assaltos e outros problemas de segurança na área.
“Estamos há mais de dois anos nessa luta. Compramos o PT, cumprimos todas as exigências, mas a energia ainda não chegou. Enquanto isso, continuamos gastando com geradores ou dependendo de serviços privados, o que não é justo”, desabafa um dos moradores.
A urbanização, que fica praticamente às escuras durante a noite, aguarda uma solução definitiva da ENDE para que os moradores possam, enfim, ter acesso a um serviço básico e essencial: a energia elétrica. Enquanto isso, a comunidade permanece unida, buscando respostas e pressionando as autoridades para que o impasse seja resolvido o mais rápido possível.
A nossa redacção, contactou a direcção geral da Empresa Nacional de Distribuição de Energia, ENDE, prometeram em se pronunciar, assim, que for possível, na pessoa do director do gabinete de comunicação e imprensa da empresa.