LUANDA, (O SECRETO) – A confiança na sociedade angolana parece estar em xeque, com relatos alarmantes de golpes e burlas que se multiplicam e deixam um rasto de vítimas em várias províncias, com promessa de uma vida fácil, aliada à ingenuidade de alguns, tem sido o chamariz para criminosos que operam de diversas formas, desde esquemas rudimentares até crimes mais elaborados e organizados.
Dados recentes revelam uma crescente dificuldade em confiar tanto em indivíduos quanto em instituições, com a aparência enganosa tornando-se um factor crucial para o sucesso desses golpes.
Para socióloga Juliana Francisco Luís, que falava aos “O Secreto” sobre o fenómeno, a burla tem acontecido por vulnerabilidade dos jovens que não resistem a sedução, na busca de bens materiais e uma vida “do último grito”, como, telemóveis, casas, carros, roupas caras e uma vida fácil, e “na falta de atenção e o desejo por esses bens tornam-se alvos fáceis” dos maldosos.
Para além dos golpes com bens, os criminosos exploram a necessidade de emprego, principalmente em tempos de dificuldades económicas, por falsas ofertas de emprego na Polícia Nacional, exigindo pagamentos que variam entre 200.000 e 300.000 Kwanzas, essas promessas fraudulentas transformam “os corpos em campo de batalha, não a mente”, numa clara alusão à exploração da fragilidade e da esperança das vítimas.
Por outro lado, a ousadia dos criminosos, muitas das vezes atinge níveis alarmantes, em função da suas acções, viveu na primeira pessoa o jovem Gonçalves José, de aproximadamente 25 anos, que tinha sido sequestrado, após de ter saído de um caixa electrónico, ATM, na rua da Roubaldina, Grafanil em Viana, passando 24 horas.
Nas imediações da Shoprete, nas proximidades da Fermat, existe um quarto onde as vítimas são mantidas para que os criminosos atinjam os seus objetivos, disse.
Gonçalves, avança ainda que, estes grupos de criminosos utilizam câmaras de vigilância e posicionam homens em todos os bancos e multicaixas para clonar cartões de crédito, apresentando-se como pessoas de boa fé para enganar os utilizadores, e os seus modos operantes destes criminosos, é feito com muita frequências no períodos de pagamento salarial, quando há maior movimentação de dinheiro.
No entanto, as burlas nas redes sociais são igualmente preocupantes, como nas plataformas como, Facebook, Instagram e TikTok são utilizadas para criar perfis falsos, onde os criminosos solicitam dinheiro a amigos e familiares sob pretextos emocionais, como emergências falsas.