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Loanda

Tribunal de Luanda Condena Enfermeira da Maternidade Augusto Ngangula por Negligência Médica

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LUANDA (O SECRETO) — O Tribunal Provincial de Luanda condenou, nesta terça-feira, a enfermeira Diuma Popilo, afecta à Maternidade Augusto Ngangula, a três anos de prisão com pena suspensa, pelo crime de negligência médica que resultou na morte de uma parturiente.

‎A sentença foi lida em audiência pública, após a conclusão de um processo que chocou a opinião pública e levantou questões sobre a qualidade dos cuidados prestados nas instituições de saúde públicas do país.

‎Diuma Popilo, cuja especialidade não foi divulgada de forma clara nos autos do processo, foi considerada culpada por omissão de procedimentos essenciais durante o atendimento a uma gestante, que acabou por falecer durante o parto. Segundo o tribunal, a conduta da profissional foi determinante para o desfecho fatal, configurando uma falha grave nos deveres do exercício da enfermagem.

‎Apesar da condenação a três anos de prisão, o tribunal decidiu suspender a pena, permitindo que a enfermeira permaneça em liberdade sob determinadas condições legais. No entanto, a ré foi ainda condenada ao pagamento de uma indemnização de 4 milhões de kwanzas à família da vítima, a título de reparação pelos danos causados.

‎Durante o julgamento, o Ministério Público argumentou que a enfermeira agiu com descuido e falta de diligência, violando normas básicas de assistência obstétrica. A defesa, por sua vez, tentou sustentar que houve falhas sistémicas na maternidade que contribuíram para o trágico desfecho, mas o tribunal entendeu que a responsabilidade direta recaía sobre a profissional.

‎Este caso reabre o debate sobre a necessidade de melhoria nas condições de trabalho dos profissionais de saúde, bem como sobre a importância de formação contínua e supervisão rigorosa nos hospitais e maternidades do país.

‎A direcção da Maternidade Ngangula ainda não se pronunciou oficialmente sobre o desfecho do caso, mas fontes internas indicam que a instituição poderá rever os seus protocolos internos e reforçar os mecanismos de fiscalização do pessoal clínico.

‎A sociedade civil e organizações ligadas aos direitos humanos têm apelado a uma investigação mais ampla sobre práticas de atendimento nos hospitais públicos, de forma a prevenir que tragédias como esta voltem a ocorrer.

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